Sempre tive uma veia de questionar. O que lia, vivia ou experienciava não podia permanecer enclausurado na minha mente. Era necessário transbordar. Percebia que acumular conhecimento, sem repassá-lo, era quase um exercício de egoísmo intelectual. Algo maior existia: a urgência de compartilhar, provocar, confrontar. Não bastava apenas aprender; era preciso instigar, fazer com que o outro também despertasse para as contradições da própria existência.
Minha caminhada nas redes começou em 2019, quando criei o blog Artes e Pensamentos Contemporâneos. Ali, as palavras eram meu território de inquietação: um espaço onde eu expunha a visão de mundo que se formava em meio às turbulências da vida cotidiana, onde a escrita não buscava ser resposta, mas provocação.
No ano seguinte, em maio de 2020, senti que era preciso dar voz ao que antes era apenas texto. Nasceram, então, os áudios para o Spotify — pequenos fragmentos filosóficos, incisivos e diretos, que mais do que confortar, buscavam confrontar. Eram convites para que o ouvinte olhasse para dentro de si e percebesse que a vida só se revela no choque com a própria consciência.
Em abril de 2021, dei um passo a mais: expus minha imagem ao público através de vídeos no YouTube. O projeto Vida Cotidiana ganhou corpo e rosto, mantendo o mesmo propósito — não oferecer respostas prontas, mas instigar perguntas que movem o mundo. Esse foi o período em que filosofia deixou de ser apenas conceito e passou a ser presença, diálogo, exposição.
Em 2023, nasceu o podcast Ágora Talks, em parceria com meu amigo Wilter Leonardo. Mais do que entrevistas, o Ágora é uma arena moderna, onde ideias se encontram e se confrontam em plena luz digital. Nele, o espírito grego da praça pública renasce, mas agora em forma de conversa livre, sem máscaras, onde tudo pode ser questionado e nenhum tema é intocável.
O ano de 2024 marcou a publicação do meu primeiro livro, A Miserável Banalidade do Descartável. Um mergulho no vazio contemporâneo, onde a lógica do consumo rápido devora não só objetos, mas também relações, afetos e até a própria existência. É uma denúncia e, ao mesmo tempo, um espelho: mostra como o efêmero se disfarça de essencial, e como nos tornamos reféns de tudo o que descartamos.
Já em 2025, publiquei Timidez Nunca Mais, meu segundo livro. Aqui, o olhar filosófico volta-se ao íntimo do ser: a timidez não como simples característica de personalidade, mas como prisão simbólica que nos impede de viver a potência do encontro humano. Mais que um manual de superação, é uma reflexão sobre coragem, presença e liberdade.
Hoje, todos esses projetos se entrelaçam e exercem correlação entre si. A produção de conteúdo tornou-se mais intensa e madura à medida que sigo aprendendo com o tempo, com a crítica e com as próprias dúvidas. Meu pensamento não é engessado: é um organismo vivo, sempre aberto ao aprendizado, ao confronto, à análise e à exposição. Acredito que a vida não é apenas um fragmento perdido no universo, mas potência em expansão. Como diria Nietzsche, trata-se de vontade de potência — a recusa da estagnação e a afirmação da evolução constante. É esse impulso que guia minhas palavras, meus livros, meus áudios e meus diálogos: provocar para que a filosofia continue a ser vida em movimento.